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Professora defende tese em libras e, se torna a primeira doutora surda da UFMG

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A língua brasileira de sinais (LIBRAS) é de extrema importancia e hoje vamos mostrar uma notícia que demonstra isso muito bem: através dessa linguagem, uma professora conseguiu obter seu grau de doutora!

Michelle Murta, de 40 anos, contou com a ajuda de 3 intérpretes para traduzir sua fala para uma plateia de mais de cem pessoas virtualmente, com ouvintes que não dominavam a língua gestual.

Sendo aprovada com louvor, Michelle foi a primeira pessoa surda a conseguir o título de doutora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

“Parece que estou num filme quando lembro a trajetória de vida que tive, escolar e pessoal. Pen como consegui chegar até aqui”, afirma a servidora pública em entrevista por meio de aplicativo mensagens. “O significado, para a minha vida, é gratidão.”

Desde 2022 a língua de Libras é reconhecida por lei. No entanto, ainda são poucos que dominam, não sendo considerada uma segunda língua no país – algo que Michelle acredita ser necessário.

Michelle conta que estudou em escola convencional sem um intérprete, e teve muitas dificuldades, como diferenciar palavras como “bala” e “mala”. E por essa falta de suporte na escola, ela diz ter sido reprovada 5 vezes no ensino fundamental.

Michelle concluiu seus estudos no EJA (Educação de jovens e adultos) aos 23 anos. Depois passou no vestibular de letras/libras da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

Em 2016 ela se tornou a primeira professora surda da UFMG, após aprovação no concurso. “Sabe aquele sonho de criança? O meu foi realizado”, disse a professora.

No entanto, a inclusão ainda é um grande problema a ser enfrentado. Para a professora, era necessário que Libras fosse ensinado já no ensino médio, mesmo para alunos não surdos. Quanto mais se tiver o conhecimento dessa língua, melhor é a inclusão dos surdos na sociedade.

“É como estudar inglês ou espanhol, que são igualmente importantes. É mais uma língua, e a Libras também tem importância.”

Texto originalmente publicado em deficienteciente e adaptado pela equipe do blog Educadores.