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Por que os cães às vezes esperam anos nos túmulos de seus donos?

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A morte nunca é esperada, e nunca nos faz sentir bem. Perder alguém que gostamos nos deixa pra baixo, tristes e até pode desencadear problemas emocionais como depressão. Mas você já pensou que esses sentimentos também atingem os animais quando seus donos partem? É o caso dos cães que vivem nos túmulos dos donos, ou que aguardam todos os dias o retorno deles no mesmo local.

Entre os casos mais emocionantes de reações de cães perante a morte dos donos está o caso de  Haukai, um labrador preto que se deitou ao lado do caixão do selo John Tumilson em 2011 e permaneceu lá até o final de seu funeral. E em 1930 no Japão, um Akita chamado Hachiko caminhava para a estação todos os dias para encontrar o seu dono, que  voltava do trabalho. Um dia, no entanto, o homem não apareceu. Mas  isso não impediu o animal de continuar andando neste local todos os dias pelo resto de sua vida.

Não há como saber com certeza o que os cães sentem quando seus amados humanos partem. Mas é evidente que algum tipo de apego existe e os deixa deprimidos. É completamente visível o amor que sentem por seus donos.

Stanley Koren, professor de psicologia da Universidade da Colúmbia Britânica, disse à IFLScience que “todas as nossas pesquisas mostram que os cães têm uma consciência que é aproximadamente equivalente a uma criança humana com idade entre 2 e 3 anos”. Indo por esse pensamento, o melhor amigo do homem é capaz de sentir dor, tristeza e até depressão, mas é tão inteligente que consegue entender a permanência da morte. “Antes dos 5 anos de idade, as crianças não conseguem entender alguns conceitos básicos da morte. A maioria nem percebe que é irreversível. “

Mas isso não significa que cães são estúpidos. Estudos já comprovam que  eles são animais emocionalmente complexos com um alto grau de inteligência social. Por exemplo, eles podem entender o vocabulário humano e o tom em que pronunciam uma palavra. Dessa forma, decifram o verdadeiro significado do que dizemos a eles e essa intuição social que lhes permite formar conexões sociais tão próximas com as pessoas. Com isso vem a resposta comovente quando o dono vem a falecer.

Mas Koren insiste que não há como o cão entender conceitos abstratos como a morte. “Os cães são extremamente sociais e conscientes da perda de um indivíduo que foi importante em suas vidas. Mas eles não tem como saber que nunca mais o verão “.

Quão emocionalmente são conectados os cães com seus donos?

Estudos científicos provam que para os cães seus donos são muito mais que pessoas que os alimentam. Os animais são capazes de um amor muito profundo – quando um cão sente o cheiro do dono, por exemplo, uma região específica do cérebro é ativada, e essa região gera os sentimentos de prazer.

O fato de os cães permanecerem leais a seus donos mesmo após a morte “testemunha a forte conexão emocional que existe entre as duas espécies”, diz Koren.

O que eles realmente esperam?

A decomposição dos corpos humanos excreta aproximadamente 500 diferentes ingredientes químicos. Os testes mostram que os cães são melhores em reconhecê-los do que as máquinas mais avançadas. Se uma carcaça não é embalsamada, o animal certamente pode descobrir onde seu dono está enterrado. Isso explica por que às vezes percebemos um cachorro esperando por um túmulo por um longo tempo.

No entanto Koren insiste que a memória de onde uma pessoa foi vista pela última vez é muito mais forte do que qualquer cheiro. É o caso de Hachiko que associava a estação de trem ao último local em que viu seu dono.

Texto originalmente publicado em obekti e adaptado pela equipe do blog Educadores.