Microplásticos foram detectados no leite materno pela primeira vez, de acordo com um novo estudo publicado na Polymers. Os cientistas afirmam estar preocupados com os possíveis efeitos do plástico na saúde dos bebês.
“A evidência de microplásticos no leite materno aumenta nossa grande preocupação com a população infantil extremamente vulnerável”, disse Valentina Notarstefano, uma das autoras do estudo da Universita Politecnica della Marche, na Itália.
A equipe de pesquisa analisou amostras de leite materno de 34 mães saudáveis, que foram coletadas uma semana após o parto em Roma. Microplásticos foram detectados em 26 amostras, ou 76%.
Os pesquisadores registraram a quantidade de comida e bebida consumida pelas mães que usaram embalagens plásticas, bem como o uso de produtos de higiene pessoal contendo plástico.
Mas eles não encontraram nenhuma ligação com a presença de microplásticos no leite materno, sugerindo que a presença generalizada de microplásticos no meio ambiente “torna a exposição humana inevitável”, escreveram os autores do estudo.
Embora estudos anteriores tenham observado os efeitos tóxicos dos microplásticos em linhas de células humanas, animais de laboratório e vida selvagem marinha, os efeitos em humanos ainda são desconhecidos. O que torna a situação mais preocupante ainda.
A orientação é que as grávidas tenham cuidado com os alimentos e bebidas que consomem em embalagens de plástico, roupas sintéticas e cosméticos que contenham microplásticos.
Apesar de tudo isso, a autora do estudo afirma que as vantagens da amamentação superam em muito as desvantagens causadas pela presença de microplásticos poluentes.
Portanto, não é recomendado que deixe de amamentar por causa dessa pesquisa. Além de não se ter respostas sobre os efeitos dos microplásticos no corpo humano, é inegável que a amamentação ainda é muito mais benéfica pra criança.
Texto originalmente publicado em sain-et-naturel.ouest-france.fr e adaptado pela equipe do blog Educadores.