Você é daqueles pais que não querem deixar a criança fazer as coisas sozinha por medo que se machuquem ou por achar que faz mais rápido se fizer você mesma? Pois talvez seja um bom momento pra você repensar essa ideia.
A frustração pode vir quando os pequenos precisam fazer algo sozinhos. Eles podem se irritar, ficarem magoados, chateados, e muitos pais também tem medo disso, querem evitar esses sentimentos nos pequenos. Mas a questão é: isso é normal e necessário na infância, é o que vai ensinar eles sobre as dificuldades da vida da forma mais branda, antes de enfrentarem as dificuldades reais.
Os benefícios de promover a autonomia nas crianças
A autonomia traz inúmeros benefícios no desenvolvimento das crianças. Veja quais:
- Elas acabam conhecendo as dificuldades, e isso os incentiva a tentar novamente.
- Aprendem a desenvolver tolerância à frustração.
- Reconhecem suas habilidades e seu potencial. Impedi-los de fazer as coisas sozinhos ou superprotegê-los os deixa indefesos para a vida real.
- Aprendem a se defender, o que afeta seu senso de autoconfiança e autoestima.
- Começam a tomar decisões por si próprios.
Como acompanhar seu filho para fazer as coisas sozinho
A autonomia é algo que se adquire com o apoio e instrução dos responsáveis. Ou seja: os pais devem criar ferramentas e oportunidades para que os filhos desenvolvam essa independência emocional e física. E ao mesmo tempo que as crianças se desenvolvem, os adultos também aprendem a se desapegar do medo e do receio na hora de criar um filho.
Pense em situações de transição
Por ex.: quando quiser que a criança durma na casa de alguém, seja uma avó ou até mesmo na nova casa dos pais separados, pense em um plano para que ela fique mais horas sozinha neste local.
Assim ela cria um vínculo com o lugar e torna tudo mais fácil.
Pergunte como ela se sente
É importante acompanhar os sentimentos do seu filho nas circunstâncias. Lembre-se que não é por que é uma criança que seus sentimentos devem ser ignorados, que eles não têm importância. Pelo contrário: valore os sentimentos dos seus filhos para poder manejá-los da melhor forma e ajudar no desenvolvimento e amadurecimento emocional deles.
Não pressione
Você precisa entender que cada criança tem seu tempo, e nenhuma é igual à outra. Não use outros filhos de amigos ou conhecidos como parâmetro de comparação. Sua criança é única, merece uma atenção única, de acordo com as necessidades dela.
Oriente e explique
A orientação e as explicações devem sempre existir, independente de as crianças fazerem as coisas sozinhas ou não. Aliás, fazer algo sozinho não implica em ficar solto no mundo sem orientação alguma. Pelo contrário: é nesses momentos que mais se precisa de um pai e mãe do lado, explicando o caminho.
Incentive e reforce
Apoie, encoraje as crianças! Quando elas tiverem uma ideia, por mais que você ache que não faz muito sentido ou que não combina muito com seu filho, deixe que ele mesmo explore e incentive ele a fazer isso.
Qual é seu papel como pai ou mãe, afinal?
O papel de qualquer adulto é acompanhar e regular os passos dos pequenos. Estão indo rápido demais? Ajude-os a desacelerar. Estão muito lentos, com medo e receios? Puxe-os pela mão em direção àquilo que eles próprios desejam mas ainda não têm coragem de buscar. Estão parados? Converse e atribua um diálogo que forneça opções diferentes. Estão no ritmo ideal? Perfeito! Siga eles com os olhos, amparando e observando para qualquer possível queda.
Adultos não são perfeitos, mas são adultos. São os responsáveis pelas crianças. Faça seu melhor sempre.
Texto originalmente publicado em soumamae e adaptado pela equipe do blog Educadores.