Ao mentir para nossos filhos, estamos ensinando a eles alguns hábitos sociais negativos.
“Se você não parar de comer tanta pizza, vai começar a parecer uma pizza.” Era um aviso comum que eu ouvia quando criança, já que pizza era minha comida favorita e tudo que eu queria comer. Claro que a declaração era uma mentira ridícula, mas eu era tão jovem que meu cérebro estava começando a se preocupar seriamente que eu estava começando a me transformar em uma pizza.
É muito comum os pais contarem essas ou outras pequenas mentiras para as crianças: “Se você não calçar os sapatos logo, eu vou embora e deixo você aqui”, “Eu só vou sair por 2 minutos, ” “Se você continuar puxando o cabelo da sua irmã, o seu vai cair.”
Você pode pensar que mentiras pequenas e inocentes para crianças pequenas não são grandes coisas, especialmente se forem bem-intencionadas, como incentivar o bom comportamento ou desencorajar o mau. Mas, de acordo com uma nova pesquisa, publicada no periódico científico Journal of Experimental Child Psychology, ao mentir para nossos filhos, estamos ensinando a eles alguns hábitos sociais negativos.
Os cientistas pediram a 379 adultos que se lembrassem das mentiras de seus pais, depois examinaram como e se eles mentiram para seus pais quando adultos, bem como seus outros comportamentos sociais. Eles descobriram que aqueles que ouviram mentiras de seus pais quando crianças muitas vezes mentiram para si mesmos. Eles também tiveram dificuldade em lidar com os desafios psicológicos e sociais: eram mais ansiosos, egoístas e manipuladores, mas também sentiam mais vergonha e remorso e tinham mais problemas comportamentais.
Mentir pode parecer nos dar tempo como pais e essa parece ser a principal razão. Mas quando os pais dizem aos filhos que a honestidade é a melhor tática, mas demonstram desonestidade por meio da mentira, esse comportamento envia mensagens conflitantes para as crianças. A desonestidade dos pais prejudica a confiança dos filhos.
De acordo com especialistas, as mentiras também podem afetar o senso de autonomia e auto-estima das crianças, porque quando mentimos para elas, as rebaixamos, dando a entender que elas não entenderão a verdade. É claro que tal sentimento machuca as crianças e tem um custo para seu desenvolvimento mental.
Em vez de mentir, podemos usar formas alternativas para fazê-los entender. Por exemplo, se uma criança de 4 anos perguntar de onde vêm os bebês, não precisamos inventar cenários imaginários. Podemos simplesmente dizer que os bebês crescem no ventre da mãe até estarem prontos para nascer e os demais detalhes podem ser mencionados quando a criança for um pouco mais velha.
A honestidade é a melhor tática – e como pais, é importante ser modelos para eles à medida que crescem e constroem seu próprio comportamento e personalidade.
FONTE www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S002209651830540X?via%3Dihub