Ao longo da década de 1970 houve uma caça furtiva devastadora de rinocerontes nas fronteiras internacionais. Desde então, o comércio de chifres do animal têm sido proibido há quase 40 anos na região da Suazilândia. Mesmo com a proibição, o comércio ilegal permanece e a caça se tornou a principal ameaça às espécies. Para se ter uma ideia, em 2015 mais de 4 rinocerontes eram caçados por dia na África.
Com tudo isso, a Suazilândia trouxe uma proposta diferente e que surpreendeu a muitos: a venda de chifres dos estoques existentes. A proposta, de início, foi vetada. No entanto, ela representa o apoio à restauração do comércio legal de chifres de rinoceronte.
A lógica da ideia é gerar um comércio devidamente regulamentado que atendesse à demanda, e parasse com a caça furtiva, gerando o dinheiro necessário para a conservação e diminuindo o derramamento de sangue humano entre guardas florestais e caçadores. Para essa proposta, já há uma certa infraestrutura: apenas um produtor de rinocerontes da África do Sul já possui mais de 1100 da espécie e um estoque de chifres de quatro toneladas.
Mas nem todos concordam com essa ideia.
Para ter uma noção, o Quênia quis deixar bem claro sua posição queimando mais de duas toneladas de chifre em um ano. Para os quenianos, permitir esse comércio legal seria apoiar o mérito de usar chifres de rinoceronte na medicina tradicional – algo sem nenhum embasamento científico.
O debate ainda permanece: para salvar as espécies, devemos fazê-las pagar da sua maneira?
Texto originalmente publicado em adaptnetwork e adaptado pela equipe do blog educadores.