O amor é algo que simplesmente acontece, sem pedir licença, sem mandar whatsap, sem tocar a campainha. Ele chega, muitas vezes como um tsunami, arrastando tudo e levando todas as coisas que foram ditas ou pensadas com ele. Poderíamos dizer que ele vem do infinito, do além, de Deus. Mas se ele vem e não pedimos ele, porque sofremos por isso? Este sentimento avassalador vem e muitas vezes nos faz ter experiências não tão boas, pois não estávamos preparados para ele, já tínhamos nossos planos de seguir nossa vida na calmaria, na rotina de uma vida tranquila e estabilizada.
Aquele sentimento de felicidade e bem estar vem e nos acompanha em todos os minutos e, a pessoa não sai de nosso pensamento, com tantos lugares para morar, para se infiltrar, com tantos países no mundo, tantos cantinhos ele vem, sim… morar na nossa cabeça e transformar nossa pacata vida sossegada, nos fazendo sentir prisioneiros em um lugar sem amarras. E essa energia, esse sentimento chamado amor precisa ser compartilhado, porque é necessário que o outro saiba o que você está passando, porque você não tem culpa de estar sentindo esta carência absurda, essa vontade de largar tudo e correr para os braços do desconhecido: o amor.
Existem várias maneiras de amar, isso é sabido desde o começo dos tempos, e encontraremos pelo caminho seres que nos retribuirão este amor da mesma forma intensa e permanente, mas existirão aqueles seres difíceis que tornarão a experiência algo muito sofrível, muito traumática. Este sentimento, dado por Deus, sim… o amor vem de Deus, é destinado para aquelas pessoas as quais desenvolvemos importantes conexões mentais ou físicas. Passamos a sentir nossa vida mais intensa, vontade de sorrir ao pensar na pessoa, vontade de chorar também, por estarmos a mercê do outro.
Sim, amar não é fácil, amar é aceitar que relacionamentos podem existir para nos fazer ver que, é através do outro que vemos as coisas em nós, e não poderia existir outra maneira de nos conhecermos. Todas as pessoas passam na nossa vida para contribuir para nosso crescimento, para nosso aprendizado, para que possamos aprender e ensinar a nós mesmos a aceitar o outro da forma que é, sem tentar mudar. Nada é por acaso, mesmo que levemos muito tempo para descobrir isso, mesmo quando estivermos devastados pelo enorme tsunami que veio e levou com ele todas as nossas convicções e crenças.
Muitas vezes desejamos não estar atraídos, não estar emaranhados nesta teia de sentimentos contraditórios, sabendo que o desgaste emocional vai ser intenso, que poderemos sair feridos, mas, estas mudanças “tsunâmicas” que ocorrerão conosco trarão, com certeza, compreensões de nós mesmos, do nosso potencial de sair inteiro dessa, se não sairmos totalmente inteiros, sairemos repaginados e acabaremos sendo uma melhor versão de nós mesmos. Este amor que nos assola vai nos fazer perceber que o construiremos, nos reergueremos e, talvez, ele não seja o esperado, talvez ele doa mesmo, mas, a partir desta experiência saberemos que a intensidade nos fortalece, e passaremos a olhar este sentimento com brandura e aceitação e o que realmente importa é estarmos de bem com o nosso amor próprio.
escrito por Rejane Regio – proibido a reprodução