Um chá alucinógeno usado como remédio espiritual pelos nativos da Amazônia, promove a formação de novas células nervosas. É o que diz um estudo sobre a dimetiltriptamina ou DMT, um dos principais componentes naturais do chá. Essa descoberta indica que há um grande potencial terapeutico para tratar doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
A ayahuasca é uma bebida sul-americana comumente usada pelas tribos amazônicas e andinas, produzida pela mistura de duas plantas amazônicas: a videira ayahuasca (Banisteriopsis caapi) e o arbusto da chacruna (Psychotria viridis). O componente natural contido nela é o DMT, que se liga ao receptor de serotonina do cérebro (5-HT) e aumenta seu efeito alucinógeno. Neste estudo, o receptor foi alterado para um receptor do tipo sigma que não tem esse efeito, “facilitando muito sua futura administração aos pacientes”.
A pesquisa foi desenvolvida pela Universidade Complutense de Madrid (UCM) e publicada na revista Translational Psychiatry da Nature. Ela foi realizada tanto em organismos vivos (camundongos) quanto em células cultivadas em laboratório.
“O DMT presente na infusão de ayahuasca promove a neurogênese, estimulando a expansão das populações progenitoras neurais e induzindo a diferenciação dessas [células-tronco neurais]. Além disso, a estimulação neurogênica observada após o tratamento com DMT se correlaciona com uma melhora no aprendizado espacial e tarefas de memória”, escreveram os pesquisadores.
Texto originalmente publicado em greenmebrasil e adaptado pela equipe do blog Educadores.