Quando a teimosia anula a razão
Muitas pessoas enxergam a perseverança como sendo uma atitude e ela é considerada como sendo um importante valor para a nossa sociedade. Porém, perseverar nem sempre é algo saudável. É importante, sim, perseverar, mas também é importante saber a hora certa de parar e desistir. As pessoas que sofrem com a “síndrome do pica-pau” não conseguem discernir o momento certo para abandonar uma ideia, um ideal. Elas permanecem insistindo em algo que não gera resultados positivos, em algo que faz mal para o emocional e par a saúde como um todo.
O que é a síndrome do pica-pau?
Esta síndrome tem como característica a intensa dificuldade de um indivíduo em parar de perseverar em algo que não tem futuro. Os psicólogos entendem esta síndrome como uma ideia, por parte do indivíduo, de negação e até teimosia, relacionado a algo que não irá ser conforme este mesmo quer. Esta teimosia acaba ocasionando discussões tóxicas, nos quais argumentos são repetidos diversas vezes, sem nenhum avanço.
Esta situação acaba fazendo com que o indivíduo viva em um ciclo tóxico, onde não há vencedores e nem conquistas. Quanto mais o tempo passa, quanto mais esforço e energia é colocado em uma situação, mais ela se deteriora. Como consequência disso, podemos mencionar o estresse, exaustão e até depressão.
Esta síndrome se denomina como “Síndrome do pica-pau” devido a tendência das pessoas insistirem em algo de forma quase que irracional, como um pica-pau que faz buracos na madeira, onde o animal bica de forma seguida e recorrente.
Como detectar a síndrome do pica-pau?
Pessoas que sofrem com esta síndrome são apegadas as discussões, são teimosas e acreditam somente na existência da sua própria percepção. Estar errado jamais será algo a ser entendido por pessoas com esta síndrome. Elas repetem os seus argumentos de forma incessante, pois acreditam que assim, em algum momento, irão concordar com as suas ideias e pensamentos.
Pessoas com esta síndrome não demonstram empatia, já que não conseguem entender o ponto de vista do outro. Não há conexão e nem a possibilidade de se adaptar discursos conforme perguntas e respostas do interlocutor.
Na verdade, pessoas assim entendem que estão defendendo o que é justo. Porém, não conseguem entender que o que é justo para elas, pode não ser justo para outros. Por isso tende a defender seus ideais com ignorância, raiva e repetição.
Quem lida com pessoas que tem esta síndrome normalmente se sentem frustradas, já que nenhum argumento parece ter resultados e o seu ponto de vista nunca é compreendido. Normalmente, as pessoas que precisam lidar com alguém que tem esta síndrome desistem de argumentar e acabam se desconectando emocionalmente.
Como evitar a síndrome do pica-pau?
Quase todo mundo já se comportou como os “pica-paus”. Agimos assim quando não queremos dar “o braço a torcer”, quando insistimos em algo de forma incessante. Somos teimosos e egoístas. Para evitar isso, é necessário que tenhamos empatia, que dialoguemos sempre, de forma que possamos ouvir o ponto de vista dos demais. Entender que nem sempre o que achamos que está certo realmente está e que cada um pode cooperar com as suas experiências, que são diferentes, já que cada um vive e pensa de uma forma diferente.
Também devemos entender que muitas vezes para avançarmos, precisamos voltar um pouco. Se alguém é teimoso demais, a ponto que nenhum diálogo consegue evoluir, é melhor desistir. Além disso, evitar discussões desnecessárias pode ser a chave para dias menos estressantes.