Você talvez não tenha percebido, mas é possível entender uma frase mesmo que as letras das palavras estejam trocadas ou em falta. Mas como isso é possível?
Você já deve ter ouvido falar isso: Nõa imortpa a oderm das ltreas drtneo da pvarala, bsata que a pmrireia e a úmtila etjasem no lguar crteo praa que vcoê enednta o que etsá erctiso.
Da mesma forma, É F4C1L L3R 357A M3N5AG3M S3M P3NS4R MU170. Mas como o nosso cérebro é capaz de executar estas tarefas?
A resposta, infelizmente, ainda não é muito certa. A ciência ainda diverge sobre os mecanismos mentais envolvidos no processo, embora haja fortes suspeitas. Neurologistas da Universidade da Califórnia (San Diego, EUA), por exemplo, explicam que o principal instrumento para isso é o contexto.
Isso acontece porque a nossa mente consegue preencher as lacunas e corrigir a ordem das palavras. Não parece incrível como nosso cérebro funciona?
“Desde a nossa formação, o cérebro é uma máquina de aprender. Ele já aprendeu onde estão as letras. Ele já sabe que aquele desenho [da palavra] corresponde a algo que ele já conhece, então ele vai preenchendo as lacunas”, explica o psicólogo Alexandre Bortoletto, instrutor de Programação Neurolinguística (PNL), da Sociedade Brasileira de PNL.
E essa função do nosso cérebro não se limita apenas ao português, não, ein?! Se você conhece outra lingua, você também terá essa facilidade com palavras estrangeiras. Mas se a palavra é desconhecida, ou a língua, então nosso cérebro não consegue detectar.
TEORIA DE GESTALT
Todos esses estudos e conclusões partiram da teoria de Gestalt, que se dedica a estudar a percepção do ser humano sobre as coisas. Ela nos diz que nosso cérebro é um conjunto, ele enxerga o todo e não isoladamente. Por exemplo, teste a imagem abaixo:
“Os seres humanos sempre dão formas e deduzem as coisas. Quando vemos duas pessoas conversando à distância, por exemplo, e elas estão gesticulando muito, logo pensamos que elas estão discutindo, porque nosso cérebro aprendeu que falar com gestos pode indicar uma briga”, explica Bortoletto.
Interessante, não?
Texto originalmente publicado em vix e adaptado pela equipe do blog Educadores.