Há centenas de anos que o pinhão faz parte da culinária tipicamente brasileira. Mas você conhece a origem do alimento? Sabe quais são os benefícios que ele traz ao consumi-lo?
Com a chegada do inverno e das baixas temperaturas, o clima é ideal para o consumo de alguns alimentos. Mesmo para aqueles que detestam ver os termômetros marcando que o clima esfriou, há bons motivos para comemorar. Isso porque essa é também a época do pinhão.
Semente da araucária, árvore abundante no estado do Paraná, o pinhão é muito confundido com a fruta que lhe dá origem. Na verdade, o fruto da araucária é a pinha, onde encontramos a semente, isto é, o pinhão.
TEMPOS PRÉ-COLOMBIANOS
A forma mais tradicional de saborear o pinhão vem lá dos tempos pré-colombianos. No Sul, o pinhão é torrado em meio aos ramos secos da sua árvore de origem – a araucária. Povos indígenas como caingangues e dos choclengues que ajudaram a disseminar a espécie, e posteriormente os tropeiros que andavam pelo Brasil inteiro levaram esse gosto para as demais localidades.
Os estados do Sul são os maiores fãs dessa Sapecada, detendo quase toda a população do pinheiro que leva o nome de Araucaria augustifolia.
“A espécie pode ser considerada um fóssil vivo, já que existe há milhões de anos e resistiu até mesmo à era glacial”, revela. Sobreviveu a tantas intempéries… Só não contava com a busca desenfreada por sua madeira, de altíssima qualidade, que a colocou à beira da extinção.” Disse o engenheiro agrônomo Flávio Zanette, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Dados da Embrapa Florestas, no Paraná, sustentam que as matas de araucária cobriam perto de 185 mil quilômetros quadrados antes da colonização. Hoje restam apenas 2% dessas florestas. Assombroso, não acha?
Felizmente já há algumas práticas para revitalização e manutenção dessas espécies. “A ameaça de desaparecimento desencadeou algumas ações, entre as quais a proibição do corte”, contextualiza Zanette.
BENEFÍCIOS DO PINHÃO
Para você que tem receio em relação as calorias que o pinhão possui: não se preocupe, ele é menos calórico que as nozes, castanhas e amêndoas. Além disso, segundo a química e cientista de alimentos Cristiane Helm, da Embrapa, um dos destaques do pinhão é o amido resistente, que retarda a digestão e faz com que você tenha a sensação de sacies por mais tempo.
O pinhão também tem um mix de fibras solúveis e insolúveis que potencializa seus efeitos no sistema digestivo, além da gama de sais minerais como ferro, fósforo, cálcio, etc. Com ação antioxidante, essas substâncias são os principais guardiões do nosso organismo protegendo nossas células contra a ação de radicais livres.
COMO COMPRAR PINHÃO
A nutricionista Renata Guirau, do Oba Hortifruti, ensina alguns macetes.
Ao comprar: perceba a cor da casca. Ela deve ser vibrante, com tom de marrom nas extremidades e mais clara no centro. Teste uma pequena pressão no pinhão para ver se ele cederá. Em caso positivo, não está bom pra consumo.
Ao guardar: Deixe em uma gaveta na geladeira ou em um saco, na temperatura baixa de a 10 graus. Você também pode congelar depois de cozido.
Ao consumir: Nada em excesso é bom para o organismo. Procure comer uma porção de 30 gramas, cerca de oito unidades cozidas. Já está de bom tamanho para um lanche.
Aproveite os benefícios que o pinhão pode trazer e pratique hábitos alimentares adequados. Sua saúde agradece!
Texto originalmente publicado em saude e adaptado pela equipe do blog Educadores.