As abordagens atuais para determinar se alguém tem ou não autismo não são particularmente adequadas para crianças, como observa Mehrshad Sadria,
As abordagens atuais para determinar se alguém tem ou não autismo não são particularmente adequadas para crianças, observa Mehrshad Sadria, pesquisador de pós-doutorado da Universidade de Waterloo, no Canadá. Então, Sadria e seus colegas decidiram procurar formas alternativas de diagnosticar o autismo em idades jovens.
Um diagnóstico precoce, explicam os pesquisadores, pode ajudar os cientistas a identificar métodos para lidar com sintomas que podem afetar seu bem-estar mental desde tenra idade, e isso pode garantir uma melhor qualidade de vida.
“Nosso método permite que o diagnóstico seja facilitado e com menos chance de erro. A nova técnica pode ser usada em todos os casos, mas acreditamos que seja particularmente eficaz para crianças”, acrescenta Sadria. Os pesquisadores explicam como conseguiram chegar a um melhor método de diagnóstico publicando seus resultados na revista científica Computers in Biology and Medicine.
A importância do olhar
Os cientistas explicam que chegaram a um novo tipo de método de diagnóstico baseado em sinais específicos que normalmente aparecem em crianças autistas. Mais especificamente, as pessoas autistas parecem avaliar os rostos de outras pessoas de uma maneira muito distinta.
“A aparente atenção com que o olhar das crianças autistas se orienta e se dirige para os rostos, bem como as maneiras pelas quais elas exploram visualmente os outros e interpretam as informações do olhar, parecem ser distintas das de outras pessoas”, escrevem os autores.
A partir dessa evidência, os pesquisadores acreditaram que poderiam usar essa forma específica de avaliação facial para detectar sinais precoces de autismo. Mas, para modelar esse método com precisão, os pesquisadores trabalharam com um grupo de 17 crianças autistas (com idade média de 5,5 anos) e 23 crianças neurotípicas (com idade média de 4,7 anos).
A equipe mostrou a cada criança 44 fotos de rostos diferentes e a tela que eles olhavam rastreava seus movimentos oculares. Para que pudessem identificar onde estava o foco em um determinado momento.
Os pesquisadores concluíram que, em comparação com as crianças neurotípicas, os participantes autistas passaram muito tempo estudando a boca e significativamente menos tempo olhando nos olhos. Eles também determinaram a rapidez com que o olhar mudava os pontos de interesse.
Os pesquisadores argumentam que, como método de avaliação das características do autismo, o “teste do olhar” será menos estressante para uma criança pequena do que o processo diagnóstico atual. “É mais fácil para as crianças apenas olharem para algo, como o rosto de um cachorro, do que preencher questionários ou serem avaliados por um psicólogo.
Além disso, uma dificuldade que muitos psicólogos enfrentam é que às vezes os comportamentos pioram com o tempo, de modo que a criança pode não apresentar sinais de autismo, mas alguns anos depois, ele aparece em grau severo. Este novo método de diagnóstico é mais confiável do que os testes tradicionais.
FONTE enallaktikidrasi