A auto-estima é importante na vida do ser humano. Ela se refere a maneira como nos vemos, molda nossos comportamentos, pensamentos e decisões. Ter uma boa auto-estima nos encoraja frente à vida, e nos auxilia na hora de superar nossos desafios.
Sabemos que uma criança têm como exemplo seus próprios pais. Por isso é tão importante as suas atitudes na hora de elevar a auto-estima do seu filho. Durante a criação de uma criança, incentivar uma boa visão sobre si mesma pode garantir que no futuro ela tenha mais segurança naquilo que faz, além de possivelmente se tornar um adulto mais feliz. E o contrário é muito mais pesado: se você faz com que seu filho tenha uma auto-estima derrubada, as consequências futuras podem ser avassaladoras.
De acordo com o psicólogo Ph.D Jeffrey Bernstein, existem 4 comportamentos dos pais que derrubam a auto-estima de uma criança, os quais devemos ter conhecimento e bastante cuidado. Confira:
1.Gritar e bater
Segundo o psicólogo, não há nada pior para a auto-estima que gritar e bater. Neste momento, você está demonstrando uma falta de controle com a criança por motivos frívolos, e isso não seria uma boa lição de vida para alguém que ainda está em desenvolvimento. “Certamente, a maioria de nós gritou. Eu gritei com meus filhos e até os agarrei em alguns incidentes isolados do passado. Não tenho orgulho disso e encorajo você a perceber, como eu, que estamos intimidando nossos filhos quando gritamos ou batemos neles”, relata Bernstein.
Ele também indica que de inicio a ação parece ter sido benéfica e ter gerado algum bom resultado, mas garante que é a curto prazo. “Gritar e bater interfere no fato de seu filho ter uma conversa construtiva para solucionar problemas, resolver conflitos e criar auto-estima”.
2. Mencionar conflitos passados
Depois que algum conflito passou, não o mencione. Segundo o psicólogo, a criança tem o direito e dever de começar de novo de maneira limpa, sem ressentimentos, e os pais que educam seus filhos ressaltando erros do passado tendem a criar um ser humano rancoroso. “As crianças precisam saber que, quando um assunto é resolvido, ele se torna parte do passado. Quanto mais uma criança puder ser reforçada por seus comportamentos positivos e escolhas no futuro, melhor ela se sentirá consigo mesma”, instrui Jeffrey.
3. Injetar culpa
Ainda que seja pouco falado sobre isso, uma das ações que é bastante problemática na criação dos filhos é a de tentar fazer com que a criança se sinta culpada pelos seus pensamentos e sentimentos.
Veja bem: questionar e fazer a criança pensar sobre a perspectiva do outro é diferente de insistir que ela leve a culpa por erros que podem ser consertados. É importante que ela entenda que cometeu um erro, que outra pessoa pode estar triste com ela, mas não fazê-la se sentir mal em relação aos outros com profundo remorso.
“Os pais que usam a culpa para controlar seus filhos correm o risco de aliená-los.”
4. Falar com sarcasmo
Hoje em dia a sociedade costuma tratar tudo com ironias e sarcasmos. Preste atenção: tratar seus filhos dessa forma os magoa, e cria um obstáculo para os pais que tentam ter uma boa comunicação com seus filhos.
Muito mais que derrubar a auto-estima
Os comportamentos acima citados, segundo o psicólogo, podem ter um efeito bem maior e pior que simplesmente diminuir a auto-estima do seu filho. Esses comportamentos errados vindos dos pais pode gerar desvios na personalidade da criança, aumentando o seu comportamento desafiador. “Muitas crianças e adolescentes me confidenciaram sobre emoções e comportamentos negativos em que se envolvem depois de se sentirem magoados pelos pais”, relata ele.
É fácil dizer “não vou mais fazer isso”
Infelizmente esses comportamentos não mudam da noite para o dia. Sabemos que os pais têm boas intenções, que amam seus filhos de maneira inexplicável. Esse amor é justamente o obstáculo que impede você de agir de maneira racional e sensata, pois seu filho é tão importante pra você que qualquer ação é muito intensa, fazendo com que qualquer descontrole também seja.
Preste atenção: suas ações devem ser monitoradas, você deve se questionar sobre elas. Quando errar, admita isso para si mesmo, e reveja esse comportamento junto de seu filho. A evolução é um processo, não se torture por isso! Apenas esteja aberto para melhorar a maneira de educar suas crianças e adolescentes, para não somente torná-los melhores como também evoluir a si mesmo como pai/mãe.
Fonte: psychologytoday.