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Modo francês de educar os filhos indica que preservar o direito dos pais é fundamental

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A jornalista americana Pamela Druckerman é autora do livro crianças francesas não jogam comida no chão – obra que fala sobre o modo francês de educar. Ela vive em Paris há 10 anos, com seu marido e filhos, onde conseguiu inspiração para estudar e se dedicar a escrever sobre a forma como as crianças são educadas na França.

Após se impressionar em como as crianças francesas não exigem atenção o tempo todo e se alimentam de maneira adequada, a jornalista resolveu investigar as origens desse comportamento e descobriu que o grande segredo para isso vem no fato de que os pais não vivem em função dos filhos, nem tratam as crianças como pequenos reis. Os pais frances educam, mas não deixam sua vida adulta de lado para isso.

A psicopedagoga Ceres Alves de Araújo, da PUC de São Paulo, observa que as mães brasileiras seguem mais o padrão americano que o europeu. “As francesas sabem dizer não e ponto”, afirma Ceres. Para ela, os pais americanos se perdem em explicar detalhadamente aos filhos os motivos pelos quais tomam suas decisões. “Até os 5 anos, a criança nem sequer entende tantos argumentos. Basta dizer não”. Já na adolescencia, que é o momento onde efetivamente deveria se estender a conversa, os pais já cansados dizem o “não e ponto”. “São comportamentos invertidos. A criança precisa ser obediente na infância para na adolescência se tornar um ser desobediente.”

Segundo a escritora e jornalista Pamela, as francesas prezam horários fixos para as refeições, sempre à mesa, começando com uma salada e terminando com queijo. As crianças comem uma versão menor do que o que os adultos costumam. Não existe criar um cardápio diferenciado ou a hipótese de preparar outro prato porque naquele dia não tem nada que o pequeno aprecie. Lá, as crianças são encorajadas a experimentar de tudo.

Já quanto ao sono, os americanos tendem a passar meses sem dormir bem para atender ao bebê no meio da noite. Enquanto isso, os franceses aguardam até dez minutos para ter certeza de que a criança está realmente infeliz. 

“Pais que se revezam no quarto do filho criam um condicionamento inadequado”, acredita Ceres.

De modo geral, os pais franceses se empenham em combater o caos criado pelo mundo infantil e preservar os direitos paternos. “Aqui, vivemos a era do ‘filiarcado’, em que os filhos reinam”, critica Ceres. Mas para os franceses, criar filhos é apenas parte do plano, e não um projeto de vida.

Texto originalmente publicado em contioutra e adaptado pela equipe do blog Educadores.