Em época de pandemia o contato humano foi totalmente limitado. Culturas do mundo nteiro foram modificadas em função de evitar ao máximo a propagação do novo coronavírus, mas muita gente tem incríveis dificuldades na hora de cumprimentar uns aos outros. Isso ocorre por que esse hábito de dar abraço, um aperto de mão, e beijinhos como for de cumprimento é algo muito antigo e já enraizado na nossa sociedade.
Mas você sabe de onde surgiu esses hábitos?
Há uma teoria popular que indica que o aperto de mão começou como um gesto de paz, onde você poderia provar à pessoa a sua frente que não estava portando nenhuma arma. No mundo antigo esse hábito é retratado em vasos, e lajes de pedra em cenas de casamentos, deuses realizando acordos, jovens guerreiros partindo para a guerra e a chegada dos recém-mortos à vida após a morte. No cânone literário, estende-se à Ilíada e à Odisseia.
Segundo o historiador Glenys Davies, o aperto de mão ainda é nos dias de hoje uma imagem popular.
Na América do Norte, essa popularidade pode ter surgido a partir dos quakers no século 18. Eles consideravam o aperto de mão uma forma mais democrática de cumprimento do que o comum gesto de reverência, cortesia ou tirada de chapéu da época. “No lugar dessas saudações, a Sociedade dos Amigos colocou em prática o aperto de mão, que passou a ser utilizado por todos, independentemente da posição social, como fazemos até hoje”,escreveu o historiador Michael Zuckerman.
Estudos atuais
Você se engana se pensa que ninguém se interessa pelo comportamento humano e seu hábito de apertar mãos de desconhecidos. Em 2015 um estudo com pesquisadores de Israel revelou que quase um quarto dos participantes cheirou as próprias mãos logo após o aperto. Estranho, não? Segundo as teorias criadas com a pesquisa, isso pode indicar uma maneira inconsciente do ser humano detectar sinais químicos – assim como outros animais cheiram uns aos outros.
O cumprimento com beijinho
Assim como o aperto de mãos, o beijo na bochecha também tem sua história. A princípio ele foi incorporado ao cristianismo antigo e utilizado em cerimônias religiosas. Na Epístola aos Romanos, São Paulo instruiu seus seguidores a ‘saudar uns aos outros com um beijo sagrado’”, escreveu Andy Scott no livro One Kiss or Two: In Search of the Perfect Greeting.
Na Idade Média, o beijo era utilizado como sinal de fidelidade e para selar acordos como transferências de propriedades. (Já pensou isso acontecendo hoje em dia entre vendedores e clientes?!)
Hoje em dia o beijo na bochecha e os apertos de mão são saudações conhecidas e muito utilizadas em todo o mundo. Em Paris, por exemplo, os dois beijos são comuns, enquanto no Brasil há um forte costume de limitar a apenas 1. E assim segue nos mais diferentes lugares, pequenas variações de um mesmo hábito antigo.
Texto originalmente publicado em nationalgeographicbrasil e adaptado pela equipe do blog Educadores.