“Dormia nas calçadas, meu lençol eram caixas de papelão e meu travesseiro era minhas sandálias. Passei frio, passei fome e fiquei nessa situação por aproximadamente um ano”, contou Sérgio.
Um ex- morador de rua, após 20 anos sem estudar, conseguiu retorna à escola e finalmente concluiu o ensino médio. Mas ele não parou por aí. Em seguida, ele prestou o vestibular e ingressou no curso de Direito.
Há algumas semanas, Sérgio Chaves Pereira recebeu a notícia de que havia sido aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Isso é especialmente notável, considerando que ele passava frio e fome nas ruas da cidade e enfrentou preconceito de colegas de turma na faculdade.
A história de Sérgio
Quando tinha apenas 12 anos, ele foi para Teresina, capital do Piauí, em busca de estudo e trabalho. No entanto, acabou morando nas ruas da cidade, passando meses dormindo em condições precárias e se alimentando de sobras.
Dessa forma, para sobreviver, ele chegou a comer frutas estragadas no Ceasa, pastorear carros em troca de algumas moedas, lavar louças e até comer restos de comida do lixo.
“Dormia nas calçadas, meu lençol eram caixas de papelão e meu travesseiro era minhas sandálias. Passei frio, passei fome e fiquei nessa situação por aproximadamente um ano”, conta.
Em Fortaleza, Sérgio foi acolhido por Raimundo Nascimento, proprietário de um lava a jato que lhe ofereceu um trabalho, um teto, comida e uma renda fixa por semana. Logo depois, Sérgio começou a fazer entregas de lanches usando uma bicicleta à noite e, durante o dia, lavava carros.
No entanto, novos donos o demitiram. Assim, ele alugou um pequeno quarto e passou a fazer entregas durante o dia. Com a ajuda de um amigo, comprou uma moto e usa para fazer entregas.
EM 2017, SÉRGIO DECIDIU VOLTAR À ESCOLA. ELE FEZ O ENCCEJA E CONSEGUIU O CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DO ENSINO MÉDIO.
Logo depois, ele prestou o vestibular e foi aprovado para a faculdade de Direito. O início do curso foi desafiador, pois ele precisou enfrentar a falta de base do ensino regular e preconceitos dos colegas de turma.
“Me recordo que uma das primeiras coisas que alguns dos colegas de sala fizeram foi puxar minha ficha criminal, ocasião em que um desses colegas militares me falou: ‘Cara, você provou para todos nós que estávamos errados ao seu respeito, uma vez puxamos sua folha corrida’”, desabafou.
No entanto, ele continuou e foi aprovado no exame da OAB. Hoje, ele é advogado!
FONTE sabiaspalavras