Início Ciência Você sabia? Comer pimenta pode impedir o crescimento de tumores cancerígenos!

Você sabia? Comer pimenta pode impedir o crescimento de tumores cancerígenos!

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Essa é para você que é fã daquela comida picante, daquele molho de pimenta acrescentado nas refeições:  estudos têm indicado que comer alimentos apimentados com regularidade podem inibir o crescimento dos tumores cancerígenos!

A capsaicina é um composto existente nas pimentas chili, responsável pela sensação de queimadura em qualquer tecido que entre em contato. Recentemente, um conjunto de estudos têm indicado que esse composto promove também a rotatividade das células, o que explica por que os alimentos picantes foram associados a menores riscos de mortalidade e atraso no avanço do câncer.

“A conclusão é que qualquer tipo de material vegetal que você consome melhorará sua saúde; mas o chili é realmente benéfico para você, desde que você consiga aguentar o apetite ” disse o especialista em nutrição David Popovich, da Universidade Massey, na Nova Zelândia para a revista TIME em 2015. Ele é um dos responsáveis pela investigação do mecanismo pelo qual a capsaicina reduz o crescimento das células cancerígenas.

Anos antes, pesquisadores já haviam descoberto que as altas doses do composto reduziram o crescimento de células de câncer de próstata em até 80% dos ratos testados. Além disso, mantiveram as células saudáveis com perfeição. Mas foi em 2015 que outra equipe, seguindo o mesmo ramo de pesquisa, demonstrou pela primeira vez como esse composto se liga às células cancerígenas e causa as mudanças necessárias que retardam seus desenvolvimentos.

Como funciona?

Até o momento, não temos conclusões extremamente avançadas sobre como a capsaicina interage com as células cancerígenas do início ao fim. Mas os cientistas observaram que ela se une à membrana externa destas células e permanece lá. Ao que tudo indica, essa permanência faz com que haja mudanças na estrutura superficial da célula.

“Se você adicionar o suficiente, na verdade, as membranas se desintegram”, disse ele ao Science Alert Fiona MacDonald.

Segundo David Popovich, que estudou essa inovação no seu próprio laboratório, a hipótese mais aceita é que a capsaicina promove um processo conhecido como apoptose – morte celular programada, que faz com que a célula passe por maiores renovações celulares.

Ou seja, é basicamente uma morte controlada de células para que outras novas células saudáveis surjam.

“Essa é uma das maneiras pelas quais os cientistas pensam que a capsaicina e os outros compostos vegetais podem impedir o desenvolvimento do câncer: estimulando a morte celular apoptótica”; disse Popovich.

Muitos cientistas estudam a hipótese de adicionar o composto nos medicamentos para o câncer. Mas José de Jesus Ornela-Paz, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do México, muito além de transformar o composto em um medicamento, é saber utilizá-lo nas refeições.

“Pimentas são coquetéis de compostos ativos. Misturar, cortar e cozinhar melhora a liberação desses compostos do tecido do pimentão, aumentando assim a quantidade disponível para absorção.’’

Como devemos, então, consumir a famosa capsaicina?

Segundo Ornelas-Paz, o composto é solúvel em gordura, portanto devemos consumi-lo com gordura ou óleo.

Além disso, devemos ter atenção a quantidade que ingerimos. Segundo estudos de Harvard, duas a cinco vezes por semana é uma boa quantidade.

Os cientistas ainda precisam decifrar o mecanismo exato pelo qual a capsaicina está modificando nossas células. Mas já há estudos suficientes para nos indicar que o processo é benéfico. Em 2015, Harvard avaliou a saúde de quase meio milhão de adultos chineses, revelando que aqueles que ingeriam comida apimentada seis ou sete vezes na semana possuíam um risco de mortalidade 14% inferior àqueles que comiam raramente.

Portanto, talvez seja hora de repensar aquelas críticas que fazemos em quem gosta de uma comida bem temperada.. talvez no futuro possamos verificar seus reais benefícios.

Texto originalmente publicado em nation e adaptado pela equipe do educadores.live.