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Homem com vitiligo cria bonecos de crochê para ajudar crianças com a mesma condição a se aceitarem e se amarem

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Homem de 63 anos acredita que a representatividade é essencial

João Stanganelli é um homem de 63 anos, morador de Bragança, em São Paulo, que fez do crochê um grande aliado quando se trata de interação.

João sofre de vitiligo, uma doença que provoca a despigmentação da pele, caracterizada pelo aparecimento de machas brancas na pele, como consequência.

João trabalhou durante anos como vendedores de doces e salgados para eventos, porém, depois de sofrer um infarto e ficar impossibilitado de trabalhar por um tempo, as encomendas diminuíram drasticamente. Além disso, os médicos recomendaram João para que não trabalhasse mais com farinha, já que para isso era necessário um certo esforço físico, para sovar a massa, por exemplo.

Foi então que ele teve a brilhante ideia de fazer crochê para manter a sua mente ocupada e se distrair da realidade que o preocupava. O primeiro contato de João com o crochê veio através de sua namorada, que já trabalhava com artesanatos. Foi então que o casal conheceu os amigurumis, bonequinhos feitos a partir de crochê bastante populares na cultura japonesa.

“As pessoas começaram a perguntar se ela não fazia aqueles polvinhos para bebês prematuros. Aí a gente caiu no YouTube, e a partir disso começou a história do amigurumi”, afirmou João.

Então João criou a “Vitilinda” para se divertir, porém, em determinado momento, percebeu que a ideia poderia ajudar muitas meninas que também sofriam com vitiligo no seu processo de aceitação. “Eu sou bem resolvido com isso, mas algumas pessoas precisam desse apoio psicológico, principalmente criança e mulher. A criança é a que mais sofre com o bullying.”

Hoje João tem o sonho de fazer novos amiguinhos “amigurumis” que possam representar outras crianças com outras doenças e deficiências. “Quero continuar com a essa parte da inclusão. Talvez, a gente monte uma historinha para acompanhar a boneca ou o boneco. Inclusive, quero trabalhar com crianças carentes, que são as que mais sofrem”, finaliza.