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Coronavírus: perguntas e respostas sobre a mais nova e alarmante doença pulmonar

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Entenda mais sobre a incidência do Coronavírus – doença pulmonar

Um vírus, até então desconhecido pela ciência, está apavorando o mundo. Este vírus é responsável por causar uma grave doença pulmonar. Centenas de casos foram confirmados na China e o vírus já foi detectado em mais outros cinco países.

17 mortes ligadas ao vírus já foram registradas desde dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan. Segundo especialistas o número de casos deve aumentar.

Mas afinal, quão perigosa esta doença realmente é?

O que é esse vírus?

Identificado cientificamente como 2019-nCoV, o vírus causa febre, tosse, falta de ar, dificuldade em respirar e foi denominado como coronavírus.

Os coronavírus são uma família ampla de vírus, porém sabe-se que apenas seis deles (com o novo descoberto são sete) infectam humanos.

Um tipo de coronavírus causa a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), cuja doença causou a morte de 774 pessoas quando uma epidemia, com registro de 8.098 pessoas infectadas, iniciou na China em 2002.

“Há uma memória forte da Sars, e é daí que vem muito medo, mas nós estamos muito mais preparados para lidar com esses tipos de doenças”, afirmou Josie Golding, da Wellcome Trust, organização não governamental sediada no Reino Unido.

Quais os sintomas?

O vírus causa febre, tosse, falta de ar e dificuldade em respirar.

Nos casos mais graves, pode evoluir para pneumonia e síndrome respiratória aguda grave ou causar insuficiência renal.

A situação é grave?

Coronavírus podem causar desde um resfriado comum até a morte do paciente infectado.

“Quando encontramos um novo coronavírus, buscamos saber quão severos eram os sintomas, e eles são mais parecidos aos de um resfriado, o que gera preocupação, mas não são tão graves quanto os da Sars”, afirmou o professor Mark Woolhouse, da Universidade de Edimburgo.

Qual a sua origem?

A maioria das novas doenças vêm de outras espécies e seu início passa despercebido para os humanos.

“Se tivermos em mente as epidemias passadas, e se este é um novo coronavírus, ele terá vindo de um outro animal”, afirmou Jonathan Ball, virologista da Universidade de Nottingham, no Reino Unido.

A Síndrome Respiratória Aguda Grave, conhecida como Sars, foi passada para os humanos a partir de um animal conhecido conhecido como civeta (gato-de-algália), que era considerado uma iguaria na região de Guangdong, na China.

Já a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), matou 858 dos 2.494 pacientes infectados desde 2012. Esta síndrome geralmente é transmitida por animais dromedários.

De que animal este novo vírus vem?

Os casos atuais vêm sendo associados a frutos do mar do mercado de Wuhan.

Apesar de que alguns mamíferos aquáticos podem ser infectados com o coronavírus, como a baleia-beluga por exemplo, também são comercializados no mercado chinês outras classes de animais selvagens vivos, como galinhas, morcegos, coelhos e cobras — estes são apontados como fontes mais prováveis do vírus.

Por que a China?

Woolhouse, da Universidade de Edimburgo, declarou que a China enfrenta muitos casos desse tipo por causa do tamanho de seu território, de sua densidade populacional e do contato próximo que algumas pessoas têm com animais infectados.

“Ninguém fica surpreso que o próximo surto seja na China ou naquela parte do mundo”, disse.

Essa doença se alastra facilmente?

Autoridades chinesas afirmam que existem casos onde a transmissão do vírus ocorreu de uma pessoa para outra, envolvendo inclusive profissionais de saúde que foram infectados durante o tratamento de pacientes com a mesma doença.

Autoridades de Wuhan afirmaram nesta última segunda-feira (20) mais 136 novos casos de 2019-nCoV e uma terceira vítima fatal foi registrado. Até então, eram 62 casos oficiais.

Existe uma grande preocupação das autoridades, já que a nova doença afeta os pulmões e pode ser transmitida através de tosses e espirros.

Segundo Li Bin, vice-chefe da Comissão Nacional de Saúde, estima-se que quase 2,2 mil pessoas tenham tido contato com pacientes infectados.

Esta doença está se espalhando rapidamente?

Acreditava-se que o surto estivesse sob controle, porém mais casos vêm sendo registrados desde dezembro.

Apesar dos casos estarem concentrados em Wuhan, há casos registrados também na Tailândia, no Japão, na Coreia do Sul e nos Estados Unidos. Todos envolvem pessoas que são de Wuhan ou visitaram a cidade chinesa.

Especialistas acreditam haver casos que ainda não foram identificados, porém até o momento foram registrados 1,7 mil casos de pessoas infectadas.

Autoridades estão preocupadas com o Ano Novo chinês, que acontece no fim de janeiro, período em que centenas de milhões de pessoas viajam.

Cingapura e Hong Kong tem escaneado passageiros que chegam de avião de Wuhan, medida de proteção que autoridades dos Estados Unidos passaram a adotar desde a última sexta-feira em três grandes aeroportos em San Francisco, Los Angeles e Nova York.

Já no Brasil, o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde informa que não há nenhuma suspeita de casos locais. Apesar disso, nos portos e aeroportos brasileiros os viajantes são orientados a tomarem medidas de precauções em viagens ao exterior.

Como as autoridades chinesas têm respondido ao surto?

Pessoas infectadas têm sido submetidas a tratamentos com isolamento a fim de minimizar o risco de alastramento da doença.

Em Wuhan, que é um hub de transportes do país, há quase uma semana as autoridades iniciaram o uso de scanners de temperatura em aeroportos e estações de trem e ônibus. Pessoas com sinais de febre têm sido registradas, recebido máscaras e encaminhadas a hospitais e clínicas.

Já o mercado de frutos do mar foi fechado para limpeza e desinfecção. Além disso, há operações de esterilização e ventilação de transportes públicos.

Autoridades chinesas também vêm recomendando à população que não viaje em direção a Wuhan (ou que saiam dela) e evite aglomerações na cidade.

A orientação em locais de risco é evitar o contato “desprotegido” com animais ou com pessoas com sintomas semelhantes aos de gripe e resfriado. Além disso, recomenda-se que carnes e ovos só sejam ingeridos depois de devidamente cozidos.

Fontes: www.saude.gov.br/svs

http://www.who.int/csr/disease/coronavirus_infections/InterimRevisedSurveillanceRecommendations_nCoVinfection_27Jun13.pdf