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33 mitos científicos em que praticamente todo mundo acredita

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Apesar de a ciência já ter desmistificado muitas dessas lendas urbanas dos laboratórios, ainda tem gente que não sabe dessas atualizações

  • Raios: entre os mitos científicos mais famosos, o de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar é o mais famosos deles
  • Todo mundo já ouviu aquela velha história de que nós só usamos 10% do nosso cérebro (e isso, num futuro sabe-se lá quão distante, permitirá o nascimento de criaturas como “Lucy”, interpretada nos cinemas por Scarlet Maravilhosa Johansson).
  • Sua mãe e/ou sua avó com certeza acreditam que “pegar friagem” resulta em resfriado certo. E todo mundo sabe que a Lua tem um lado escuro.

O que muita gente não sabe é que tudo isso (e várias outras “certezas” científicas) não passa de história pra boi dormir.

Veja, na SUPERLISTA de hoje, 33 mitos da ciência em que quase todo mundo ainda acredita.

Um ano de cão são sete anos de gente. Os cães envelhecem a outro ritmo, mas esta famosa equivalência não é exata. Os cães crescem muito mais rápido durante os dois primeiros anos e, de fato, alcançam a maturidade sexual já no primeiro, que equivaleria a uns quinze anos humanos. O Priceonomics publica uma tabela de equivalência, que também depende do tamanho do cão.

Engolimos oito aranhas por ano enquanto dormimos. Como apura o Snopes, o mito já foi desmentido em um livro de 1954, mas resiste a morrer. O Snopes cita a revista Scientific American, que assegura que as aranhas provavelmente consideram aterrador um humano adormecido. Menos mal. O Mental Floss esmiúça a lenda urbana neste artigo, que faz referência à explicação do Snopes de que sua difusão recente se deve a um artigo da revista PC Professional de 1993, que queria demonstrar que acreditamos em qualquer coisa que nos enviam por e-mail. A autora, Lisa Holst, propôs sua própria lista de fatos inventados e ridículos. Mas ninguém conseguiu encontrar Lisa Holst na Internet. Existe esse artigo? É outro mito? Esse é um dos grandes mistérios da Internet.

Os golfinhos são os animais mais inteligentes depois dos humanos. Não parece. Como relata Jessa Gamble, compreendem signos, como os primatas e os papagaios, mas recordam menos que muitos cães. Reconhecem-se nos espelhos, mas também o fazem muitos animais. A revista Spiegel explica a origem do mito e a polêmica atual.

A água da pia escorre em direção ao ralo em sentidos contrários nos hemisférios norte e sul. De acordo com o Xataka, o efeito Coriolis existe e afeta depressões atmosféricas e furacões, mas é muito fraco e só produz consequências significativas a longo prazo. Portanto, não chega a afetar a maneira como a água cai, fator mais influenciado por outros motivos, como a inclinação, por exemplo.

Escutar Mozart nos torna mais inteligentes. O famoso experimento de 1993 que indicou a existência de um efeito Mozart em bebês menores de três anos foi repetido várias vezes sem sucesso. O que não quer dizer que escutar Mozart não seja bom, era só o que faltava.

As vacinas provocam autismo. O estudo do doutor Andrew Wakefield sobre a associação da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) com o autismo falsificou dados e foi retirado pela revista que o publicou (The Lancet). Além disso, foi provado que estava equivocado após um estudo com 1,3 milhão de crianças.

Se todos os chineses saltassem ao mesmo tempo, alterariam o eixo de rotação da Terra. Segundo o site Xataka, que cita o livro 100 Mitos de la Ciencia, de Daniel Closa, “a Terra pesa 10 trilhões a mais que todos os seres humanos que a habitam juntos”, por isso, “seria como se uma mosca saltasse sobre a superfície de um navio”.

Nunca se deve despertar um sonâmbulo. É possível que a pessoa se mostre incomodada e desorientada. Mais ou menos como quando nos acordam de um sono profundo. É desagradável, mas não há perigo de infarto nem de coma, e, em caso de risco, pode ser até recomendável (para que não tropece e caia). Na BBC recomendam tentar levar o sonâmbulo cuidadosamente à cama sem despertá-lo.

A comida que cai no chão leva cinco segundos para se contaminar. Quanto menos tempo, menos possibilidades terá de conter bactérias, segundo a publicação Scientific American. Há outras variáveis que influenciam, como o tipo de solo (madeira seria o pior) ou se a comida está úmida. Mas a maioria dos estudos demonstram que a superfície está contaminada e que não há diferença substancial entre três ou 15 segundos: o melhor é não arriscar.

Se alguém urinar na piscina, um componente químico fará com que a água fique vermelha. Segundo o site Snopes, este mito remonta pelo menos a 1958, mas não há nenhum composto que reaja apenas à urina e não a outros componentes orgânicos similares. No Snopes também lembram, inclusive, que muitas crianças o fariam de propósito só para ver a coloração. No blog da loja de piscinas Gunitec, Marcos Gisbert explica que perguntou aos fornecedores por esta tintura e confirmou que se trata de uma lenda urbana: ninguém tinha esse composto químico. Portanto, os que urinam nas piscinas podem continuar sem correr riscos de ficar em evidência. Mas é melhor não cultivar o hábito. Por favor.

O soro da verdade funciona. Na BBC testaram o tiopentato de sódio para pôr o mito à prova. É verdade que desinibe, como o álcool, e torna quem o consome mais sugestionável, mas não é confiável. Em realidade, durante o interrogatório simulado, o jornalista começou explicando (entre gargalhadas) que ele era “um cirurgião cardíaco mundialmente famoso”. Quando aumentaram a dose, admitiu sua verdadeira profissão. Mas estes soros quase não têm efeito em quem não quer contar nada.

Quando alguém dispara uma arma com um silenciador, quase não faz barulho. Depende da arma, mas o disparo pode ser ouvido e o aparato não se transformaria no melhor amigo de um assassino discreto. Os silenciadores são utilizados, sobretudo, para caçar ou para defesa pessoal doméstica.

Os bebês se parecem mais a seus pais porque assim a natureza demonstra que realmente pertencem a eles. Embora este mito esteja baseado em um estudo dos anos 90, outros negam seus resultados e, inclusive, sugerem que, na realidade, os bebês se parecem menos a seus pais que a suas mães porque assim haveria mais segurança de que o pai cuidaria deste bebê, já que assumiria que é seu, sendo parecido ou não.

Deixar lâmpadas fluorescentes acesas economiza. Consomem mais energia no momento em que são ligadas, mas não o suficiente para compensar.

Os ovos marrons são mais saudáveis que os brancos. A cor do ovo depende do tipo de galinha, mas não há outra diferença. Nem sequer no sabor. Quando notamos uma cor diferente na gema, é pela alimentação da galinha, e não pela casca, cuja grossura, além disso, depende da idade do animal. Na Espanha, é difícil encontrar ovos brancos porque há anos começaram a associar os marrons aos de fazendas tradicionais, como explicam no blog Directo al paladar.

Einstein foi reprovado em matemática. O cientista nunca foi um mau aluno e, de fato, começou a estudar cálculo três anos antes do resto de seus companheiros. É verdade que recebeu a ajuda de outros matemáticos na hora de desenvolver seu trabalho, inclusive de Mileva Maric, sua primeira esposa, possível origem do mito.

Não existe Nobel de matemática porque a mulher de Alfred Nobel o traiu com o matemático Gosta Mittag-Leffler, que poderia ter ganhado o prêmio. Como lembra o Snopes, embora Nobel tenha vivido três amores importantes, nunca se casou. Por outro lado, havia mais candidatos que poderiam ter disputado o prêmio com Mittag-Leffler, como Henri Poincaré e David Hilbert. Não se sabe por que não há Nobel de matemática, mas poderia ser porque o rei da Suécia já financiava o prêmio que a revista Ata Mathematica concedia e Nobel talvez tenha preferido não competir com um soberano. É possível, também, que considerasse que era uma ciência teórica demais. Ou pode ser que simplesmente não tivesse interesse.

Existiram três Reis Magos. Como lembra Umberto Eco em História das Terras e dos lugares lendários e em seu romance Baudolino – além de a existência de estes personagens não estar confirmada –, os evangelhos só falam de magos, sem indicar quantos eram, como se chamavam e se eram reis ou não, mas havia três presentes. As tradições falam de dois e às vezes de 12 reis magos, com nomes como Hormidz Jazdegard, Hor, Basander, Karundas… No século V, o papa Leão I estabeleceu o número em três e no século seguinte atribuíram seus nomes. Além disso, Baltasar não era negro até finais do período gótico, quando se decidiu que seriam um branco, um árabe e um africano, “para sugerir a universalidade da redenção”.

A donzela de ferro é um instrumento de tortura da Idade Média. Este sarcófago com espetos em seu interior é uma invenção do arqueólogo Johann Siebenkees, que a criou em 1793, baseado em contos tradicionais. Também se contava, no século XVII, que a condessa húngara Erzebet Bathory usava o instrumento para obter mais sangue de suas vítimas.

A lua possui um lado escuro. Da Terra vemos apenas 59% deste satélite, mas os outros 41% também recebem luz solar.

Se saíssemos no espaço sem uma roupa especial explodiríamos. A forma de morrer neste caso é bem menos emocionante: a falta de oxigênio nos faria perder a consciência em apenas 15 segundos. Não é possível tomar ar e prender a respiração: não há pressão atmosférica e se os pulmões tivessem ar se expandiriam e se destroçariam. Uma vez inconsciente, nos manteríamos vivos durante cerca de dois minutos e morreríamos por não poder respirar, pela radiação ou, provavelmente, devido a um infarto. Não morreríamos congelados porque o vácuo ajudaria a manter o calor de nossos corpos.

A Nasa gastou milhões de dólares para desenvolver canetas que funcionassem sem gravidade. Os russos usaram um lápis. Esta história é muito bonita, mas não é autêntica, como conta o Snopes. Nos primeiros voos, os astronautas russos e americanos usavam lápis, mas não era uma ferramenta apropriada: a ponta quebra, o que não é agradável sem gravidade, e, além disso, são inflamáveis, motivo pelo qual representam um risco em caso de incêndio. A caneta espacial foi desenvolvida por uma empresa privada por conta própria, a Fisher Pen Co., e a Nasa as comprou por um preço razoável depois de testar o produto.

O Sol é amarelo. Vemos esse astro amarelo por causa da nossa atmosfera, mas, na realidade, ele é branco. Como explica o IFL Science, as fotos de astronautas frequentemente são retocadas para que seja visto como estamos acostumados. Do espaço, ou quando se está alto o bastante, o Sol é visto da cor branca. O sol é uma bola de fogo. A reação é nuclear, não química: o sol brilha, mas não está em chamas.

A Grande Muralha China pode ser vista do espaço. Embora haja polêmica a respeito, a verdade é que a grande muralha tem apenas alguns metros de largura, assim como uma estrada ou um aeroporto. Além disso, é de uma cor similar à do solo que a rodeia. Outras construções humanas podem ser vistas do espaço, como as estufas de Almería, o Parlamento da Romênia e a mina de cobre de Kennecot.

Os diamantes são pedaços de carvão submetidos a uma pressão extrema. Na realidade, são minerais com carbono que foram expostos a altas pressões. Os diamantes têm entre um bilhão e 3 bilhões de anos de antiguidade. O carvão tem cerca de 300 milhões de anos.

A água conduz eletricidade. Na realidade, a água pura é um bom isolante. O que conduz eletricidade são as impurezas, como os diferentes sais. Como a encontramos assim habitualmente (com outros elementos misturados), é melhor que continuemos a nos comportar da mesma maneira em relação a este mito.

Deixar uma moeda de um centavo (de dólar) cair de um arranha-céu poderia matar alguém. Elas pesam muito pouco e são planas, por isso, cairiam quase (QUASE) como uma folha, de acordo com a explicação da Scientific American. Mesmo se caíssem no vácuo, não seriam capazes de atravessar um crânio, mas iriam machucar. Os Mythbusters também testaram essa teoria e foram cobaias do próprio experimento.

Os girassóis acompanham o sol. Só mudam de direção de acordo com o sol quando são jovens e necessitam aproveitar ao máximo a luz. Quando crescem e amadurecem, se fixam em uma posição, orientados ao leste.

“A sobrevivência do mais apto” e “a supremacia do mais forte” são termos de Charles Darwin. É verdade que Darwin escreveu a frase, mas só na introdução à quinta edição de A Origem das Espécies. E estava citando Herbert Spencer, que a tinha cunhado em seus princípios de biologia após ler a primeira edição do livro de Darwin. Ele escreveu que tinha usado o termo seleção natural, mas que a expressão “utilizada frequentemente pelo Sr. Herbert Spencer, da sobrevivência do mais apto”, era mais “exata”, e, “às vezes, igualmente conveniente.”

Popeye tinha razão! Antes de enfrentar seus inimigos, o personagem dos desenhos animados abria uma lata de espinafre e mandava ver. Assim, garantia energia de sobra para os músculos. Longe do mundo dos desenhos animados, em um laboratório do Instituto Karolinska, na Suécia, pesquisadores perceberam que o marinheiro estava certo. Com 300 gramas da verdura por dia, as células musculares passam a precisar de menos oxigênio para funcionar. Uma substância chamada de nitrato promove o benefício. “Ele torna as mitocôndrias, fábricas de energia das células, mais eficientes”, explica o fisiologista Eddie Weitzberg. “Além do espinafre, vegetais como a beterraba e a rúcula também são ricos em nitrato”, afirma o especialista.

O homem veio dos macacos. Darwin nunca disse tal coisa. O que ele disse é que os macacos e os homens tem um ancestral comum, que, como explicam em ABC Science, foi um primata. Dizer que viemos do macaco é como dizer que somos filhos de nossos primos, conforme publicou o jornal The Guardian.

É possível hipnotizar uma serpente com uma flauta. Melhor não tentar: as serpentes são surdas e o que as acalma é o movimento do instrumento. A cobra movimenta a cabeça não por estar hipnotizada, mas porque é a forma como observa melhor todos os movimentos.

As serpentes são surdas. Não se deve confiar nos artigos que desmentem mitos, como este que você está lendo agora. Embora sejam hipnotizadas pelo movimento dos flautistas antes mencionado, as serpentes não são exatamente surdas. Não possuem ouvido externo, nem martelo, mas escutam graças às vibrações que chegam a seus crânios e às suas peles, o que permite que captem as ondas que se transmitem através do solo e também os sons graves que chegam pelo ar.